quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Anjo Diabo

 Não sei que anjo doido, endiabrado
Te pôs aqui, bem dentro do meu peito
Depois sorriu e disse: - não tem jeito
Terás o coração estraçalhado

E de seu arco forte, retesado...
Partiu a flecha e me acertou, contudo,
Estava escrito em seu olhar miúdo
O desprazer que me era reservado

E então partiu zombando, o desgraçado,
E me deixou assim, olhando mudo...
Como um fantasma que devasta tudo
O amor que nasce e morre só... calado.

Mas volto a te encontrar, anjo diabo...
Palhaço de cruel melancolia
E hás de transformar em alegria
O que hoje é pranto, dor, tristeza e enfado!




Hotel Rio dos frades, 24/09/2006

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